Você ama ou odeia correr?
Uma reflexão minha
Corrida, uma relação de amor ou ódio.
Aposto que você ama, ou odeia, correr, não é verdade?
Digo mais, aposto que se você perguntar pra 90% das pessoas que conhece, elas também vão responder que amam, ou odeiam.
Só 10% (e olhe lá) vai dar uma resposta morna, tipo, "ah, não amo, mas também não ligo, quando precisa dou uma corridinha…".
Já se perguntou o porquê disso?
Eu me perguntei bastante recentemente e acho que cheguei a uma resposta.
Primeiro, a imensa maioria das pessoas já teve uma experiência com a corrida. Não é tipo um CrossFit, ou Yoga, que muitas pessoas ficam em cima do muro por nunca terem feito.
Segundo, e agora vem a parte principal, a mentalidade com a qual encararam essa experiência a tornou positiva ou negativa.
Se foi positiva, ela ama. Se foi negativa, ela odeia.
"Nossa Axel, a mentalidade com a qual encararam a experiência?"
Sim, deixa eu te explicar.
Correr é algo natural pro ser humano, é uma das primeiras coisas que aprendemos depois de nascer, e isso faz com que a gente construa certos conceitos sobre a modalidade na nossa cabeça.
Por termos corrido durante anos enquanto crianças, achamos que é algo que sabemos fazer, que é algo simples, muitas vezes, que deve ser fácil, e aqui mora o grande problema.
Sim, sabíamos. Sim, era simples. Sim, era fácil. Até você ficar 10, 15, 20 anos sem correr e sentado(a) com a bunda em uma cadeira 12 horas por dia.
Agora voltamos para a questão da mentalidade.
Se depois desses 10, 15, 20 anos, você voltar achando que sabe, que é simples, e que vai ser fácil, você está, me desculpe o linguajar, fodido(a).
E é exatamente isso que acontece com a maioria da população, caso contrário não estaríamos vivendo uma crise de sedentarismo.
Quando essas pessoas decidem voltar a correr, logo tomam um baque por não conseguirem correr 10 minutos sem parar.
As menos determinadas já largam aí. As mais determinadas vão na "força do ódio", mas no mesmo dia, ou depois de algumas tentativas, estão com o quadril, joelho e tornozelo doendo a ponto de atrapalhar na rotina, e aí também acabam largando.
A mentalidade certa para quem quer fazer da corrida um hábito é:
Partir do princípio que vai ser difícil;
Uma das maiores causas de desistência, em qualquer área da vida, é a expectativa criada antecipadamente. Se você acha que vai ganhar dinheiro rápido e não ganha, você desiste. Se você acha que vai emagrecer rápido e não emagrece, você desiste. Se você acha que vai crescer nas redes sociais rápido e não cresce, você desiste.
Então, sim, vai ser difícil pra caralho.
No começo você não vai querer acordar, não vai querer sair de casa e não vai querer cumprir o treino planejado, mas a única maneira de facilitar é justamente fazendo cada uma dessas coisas.
Respeitar o seu momento atual e o processo;
Se você está sem correr há anos, mesmo se estiver fazendo outras atividades, não ache que vai virar o Kipchoge do dia pra noite. Comece devagar, procure a orientação de um profissional e faça seus deveres de casa, ou seja, se alimente e se hidrate bem, durma bem, e faça a rotina de fortalecimento/alongamento/mobilidade prescrita.
Só se comparar consigo mesmo;
Você pode, e deve, utilizar conquistas e feitos de outras pessoas para se INSPIRAR, para ver onde é pode ser possível chegar, mas ao se comparar diretamente vai acabar se frustrando, perdendo o amor pelo processo e desistindo.
Se compare com como você estava há uma semana, um mês, um ano, e comemore a sua evolução, comemore as suas conquistas.
Duas coisas que aprendi
Como já escrevi muito na reflexão, decidi guardar as duas coisas que aprendi essa semana pra próxima newsletter, mas só vou te lembrar de uma coisa.
RESPEITE o seu corpo, essa semana eu tirei MUITO o pé dos treinos e foi a melhor coisa que fiz.
A estética e a performance não mudaram NADA, mas não estou mais sentindo umas dores chatas e me sentindo cansado, sobrecarregado, o dia inteiro.
O corpo evolui na recuperação, não no treino.
Três citações que estou refletindo sobre
"Os golpes inesperados da fortuna caem mais pesados e dolorosos, e é por isso que o sábio pensa neles com antecedência." Sêneca
"Admita. Você não é como eles. Você nem chega perto. Você pode ocasionalmente se vestir como um deles, assistir aos mesmos programas de televisão sem sentido que eles, talvez até comer o mesmo fast food às vezes. Mas parece que quanto mais você tenta se encaixar, mais você se sente como um estranho, observando as "pessoas normais" enquanto elas seguem suas existências automáticas. Para cada vez que você diz senhas de clube como "Tenha um bom dia" e "O tempo está horrível hoje, hein?", você anseia interiormente por dizer coisas proibidas como "Diga-me algo que te faça chorar" ou "Para que você acha que é o déjà vu?". Aceite, você até quer falar com aquela garota no elevador. Mas e se aquela garota no elevador (e o homem careca que passa pelo seu cubículo no trabalho) estiverem pensando a mesma coisa? Quem sabe o que você pode aprender ao arriscar uma conversa com um estranho? Todo mundo carrega uma peça do quebra-cabeça. Ninguém entra na sua vida por mera coincidência. Confie nos seus instintos. Faça o inesperado. Encontre os outros..." Timothy Leary
"É bem mais seguro ser temido do que ser amado." Maquiavel
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